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Na edição desta terça-feira, 2 de julho, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma entrevista com o novo diretor do Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. O gestor mostrou gostar da ideia da profilaxia pré-exposição, que consiste no uso de antirretrovirais por pessoas que não estão infectadas pelo HIV, como forma de prevenção da doença.
Leia na íntegra:
O novo diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, afirmou, em entrevista ao Estado, que está disposto a discutir o uso de antirretrovirais por pessoas que não estão infectadas pelo HIV, como forma de prevenção da doença. A estratégia é conhecida como pré-exposição.
Nesses casos, o remédio funciona como uma proteção, reduzindo o risco de a pessoa se contaminar pelo vírus. Embora estudos já tenham demonstrado a eficácia dessa política, ainda há dúvidas sobre como a estratégia poderia ser adotada em maior escala.
“A terapia pré-exposição ainda não está preconizada, mas não há dúvidas de sua eficácia em todas as populações vulneráveis”, disse o diretor. Mesquita adiantou que o assunto será considerado pelo governo como um instrumento adicional. “Quero analisar o potencial de sermos mais incisivos na aplicação da ciência para nos tornarmos um dos primeiros países do mundo livre do HIV em um futuro que espero não tão longe.”
Outra medida.
O governo brasileiro se prepara também para liberar o uso de antirretrovirais para portadores de HIV, independentemente da carga viral, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A ideia é ofertar o medicamento para pacientes de populações de maior vulnerabilidade para a doença, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e usuários de drogas. Em outubro do ano passado, a medida já foi liberada para portadores de HIV com vida sexual ativa.
“A recomendação é que todos continuem usando preservativos em suas relações. Essa será uma proteção a mais”, afirmou Padilha ao Estado. O tratamento precoce de aids está entre as ferramentas de prevenção adotadas por alguns países. “Estudos mostram que, ao reduzir de forma significativa a carga viral com os medicamentos, o risco de transmissão para o parceiro cai expressivamente”, disse Padilha.
O uso antecipado do remédio, porém, ficará a critério do paciente. Não há evidências científicas se a antecipação do tratamento traz benefícios para o soropositivo. Mesquita também demonstrou interesse em ampliar o uso de antirretrovirais no País como uma forma de prevenção. “O Brasil já faz isso e talvez possamos ampliar ainda mais. De todas as medidas adotadas atualmente para prevenir o HIV, essa é a que tem maior taxa de efetividade”, disse. Mesquita foi responsável pelo tratamento como prevenção no Vietnã, quando comandava o programa de aids naquele país. “Na época, as pessoas ainda tinham muita timidez em assumir esta posição. Hoje há um claro consenso sobre o tema.”
Fonte: Agência Aids