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Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas.
Hoje, o panorama da epidemia mundial mostra que taxa de detecção de HIV/aids em menores de 5 anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos por 100 mil habitantes, em 2010, para 2,5 casos por 100 mil habitantes, de acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2016.
A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. Curitiba foi a primeira cidade brasileira a eliminar a transmissão vertical, no ano de 2017, mostrando que é uma realidade possível.
Para incentivar o engajamento dos municípios no combate à transmissão vertical, o Ministério da Saúde está instituindo, com os estados, um selo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis no Brasil. Com base em uma adaptação de critérios já estabelecidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a certificação será concedida a municípios cujas taxas de detecção de aids em menores de 5 anos sejam iguais ou inferiores a 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas e proporção menor ou igual a 2% de crianças de até 18 meses expostas ao HIV.
A Agência de Notícias da Aids conversou com a ginecologista e obstetra Ariane de Castro do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São Paulo que falou sobre os processos durante a gravidez de uma soropositiva.
Pré-Natal
Antes mesmo do pré-natal, é indicada a orientação de médico para a preconcepção, ou seja, um planejamento para verificar se a paciente toma medicamento de forma regular “porque o ideal é que ela engravide já com a carga indetectável”, explica.
Depois da concepção, são solicitados os mesmos exames de uma paciente HIV negativo. “A única diferença é que vamos acrescentar exames como CD4 e prestar mais atenção no desempenho dos rins e do fígado, devido ao uso constante de remédios.”
O número de consultas durante o acompanhamento é padrão. Uma por mês, durante as primeiras 32 semanas. Depois, os encontros passam ser a cada 15 dias e, logo em seguida, toda semana. “O ideal é que a mulher seja atendida pelo infectologista e obstetra juntos. Na mesma consulta. O que é uma realidade aqui no CRT, por exemplo.” No entanto, Ariane explica que se não houver essa possibilidade, as consultas podem ser separadas, desde que aconteça em períodos próximos e com a mesma frequência.
Além disso, os exames são solicitados com uma frequência maior. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento já durante a gestação. “Antes, o antirretroviral efavirenz não era usado na gestação. Toda gestante suspendia o medicamento porque acreditava-se que havia risco para o feto. Hoje estudos mostram que não esse risco não existe, e esse medicamento está sendo usado inclusive como primeira opção”, completa.
Parto
Com 34 semanas, a equipe médica solicita um novo exame de carga viral. Baseando-se nestes resultados, será estabelecida a via de parto. Se a carga for maior do que 1000, o parto será por meio de cesárea.
“É impossível a criança não ter contato com o sangue da mãe no momento do parto. Por isso, Ele já 4 semanas antes de completar seis horas de vida. AZT endovenoso durante o trabalho de parto , independente . é retirado assim que Esse protocolo já esta mudando , mulher com carga indetectável não precisaria, no brasil ainda se usa. O motivo é que ainda tem muito receio porque tem mãe que não consegue fazer a carga viral nas 34 semanas, por conta de questões sociais. Demora de exames.
Após o Nascimento
Quando o bebê nasce, ele tem a presença dos anticorpos da mãe até um mês depois de seu nascimento. Por isso, a criança fica em acompanhamento até que tenha realizado três exames de carga viral. O período de cada exame, varia de acordo com orientação de cada pediatra.
Ariane reforça que a amamentação “é absolutamente proibida. Também não há ainda estudos sobre pasteurizar o próprio leite. A orientação é não dar leite materno. Por isso, indicamos remédio para inibir a lactação e a criança se alimenta de leite em pó.”
A distribuição de leite para filhos de mães soropositivas é garantida por lei desde 1999. “Toda criança, cuja mãe possua diagnóstico positivo de teste sorológico anti-HIV, deve receber por parte do Sistema Único de Saúde – SUS leite em quantidade necessária a sua sobrevivência, desde seu nascimento até a idade de dois anos completos.”
Fonte: Agência Aids