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Fórum de Ongs/Aids do Rio de Janeiro e parceiros lançam nota pedindo atenção do governo e da sociedade no enfrentamento do HIV

Fórum de Ongs/Aids do Rio de Janeiro e parceiros lançam nota pedindo atenção do governo e da sociedade no enfrentamento do HIV

Junto com o Grupo Arco Íris de Conscientização Homossexual e lideranças mo movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) do Rio de Janeiro, o Fórum de Ongs/Aids daquele estado escreveu nota pública alertando para o atual cenário da aids, que eles consideram de retrocesso. Leia a nota na íntegra:

A cada minuto, dezenas de pessoas que se infectam pelo HIV no Brasil, várias ainda morrem sem tratamento. Ainda enfrentamos muitas mortes por dia, mesmo numa época em que a aids se tornou doença com tratamento crônico para quem tem acesso aos coquetéis de medicamentos.

No Brasil, a aids ainda consome a vida de milhares de homens, mulheres, jovens e crianças de variados contextos sociais. Segundo relatório recente divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) através de UNAIDS, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids em 16/07/14 o Brasil apresenta um crescimento de 11% de novos casos entre 2005 e 2013. Na América Latina em 2013 o país contribuiu com 47% do
total de novos casos, ou seja, quase a metade de toda a Região.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro apresenta a segunda maior taxa de mortalidade do país, 9,1 casos por cem mil habitantes em 2012 enquanto a taxa nacional é de 5,5. Desde os anos 80 e 90 vivenciamos um dos piores momentos da epidemia de HIV e Aids em nosso estado além de sério retrocesso nas políticas de Atenção e Assistência e na violação de direitos no contexto da Aids.

Conclamamos os governos, a opinião pública e as comunidades a agirem imediatamente para garantir o direito dos grupos mais afetados e as pessoas portadoras do HIV e aids receberem atenção digna, integral e coerente, independentemente do lugar onde vivem ou da sua condição social e econômica, respeitando assim as determinações das Declarações de Compromissos das Nações Unidas (UNGASS/AIDS).

Repudiamos a falta de diálogo, participação e debate nas decisões recentes envolvendo as campanhas educativas e de promoção da saúde envolvendo populações vulneráveis, principalmente, jovens gays e de Homens que fazem sexo com Homens. Exigimos que as decisões sobre a resposta brasileira estejam a serviço da saúde pública e da vida, e não subordinados a interesses partidários e ideológicos.

Solicitamos aos poderes Executivo e Legislativo do Rio de Janeiro uma audiência pública e a instalação de uma Frente de Trabalho para definir propostas e ações estratégicas no enfrentamento do
HIV/aids de forma articulada, intersetorial e com autonomia para estabelecer uma agenda emergencial.

Estamos vivenciando um momento de desmonte das ações comunitárias e de controle social em aids. Basta de retrocesso no protagonismo e na resposta brasileira de enfrentamento ao HIV/aids. Participamos, reagimos, mobilizamos e denunciamos nossa indignação através desta nota pública.

Fonte: Fórum de Ongs/Aids do Estado do Rio de Janeiro