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O Hospital Israelita Albert Einstein, um dos mais bem conceituados do país, vai oferecer, a partir de 2015, cem vagas anuais para um novo curso de medicina.
Há cerca de seis meses, a instituição discute com o Ministério da Educação a abertura da graduação e a decisão foi confirmada nesta semana.
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“O Einstein tem uma área de atuação no ensino bastante significativa. Já caminhávamos nesse sentido, e coincidiu de o governo estar preocupado com essa questão”, disse à Folha Claudio Lottenberg, presidente da instituição.
O hospital já oferece vagas de enfermagem, residências médicas, pós-graduação e cursos técnicos.
ESTRUTURA
A nova graduação será na cidade de São Paulo e utilizará a estrutura do hospital, referência no atendimento de alta complexidade. Os alunos poderão ainda atuar no hospital municipal do M’Boi Mirim, administrado pelo Einstein.
“Isso não significa que esses médicos são para São Paulo. A formação é geral”, afirma Lottenberg.
Desde o início do ano, o governo decidiu inverter a lógica para abertura de cursos de medicina.
Agora, cabe ao Ministério da Educação indicar onde poderão ser abertas vagas, com base em fatores como relevância do curso para a população e capacidade instalada para receber os alunos.
A intenção do governo é criar 11,4 mil vagas até 2017. A expectativa é que a disposição do hospital paulistano estimule outras entidades de peso a tomar decisão semelhante.
“É uma grande iniciativa para a medicina no Brasil. Temos excelentes faculdades privadas, mas vamos ter um centro de referência nacional abrigando o processo de formação”, diz o ministro Aloizio Mercadante (Educação).
Ainda não há decisão sobre o valor da mensalidade do curso. O hospital pretende ainda ampliar o número de vagas de residência -das atuais 70 para 100-, a partir de 2014.
SUS
O presidente do hospital defendeu um debate sobre a revisão do currículo de medicina, mas foi cauteloso ao comentar a mudança proposta pelo governo federal.
Medida provisória enviada na semana passada ao Congresso prevê que alunos que ingressarem no curso a partir de 2015 trabalhem dois anos na atenção básica da rede pública após os atuais seis anos da graduação.
“No calor da discussão muita coisa é dita, mas nem sempre é a ferro e fogo. Temos que baixar um pouquinho [a temperatura] e imaginar que algumas coisas realmente têm que ser revistas. Não é bom, nem ruim, é necessário.”
Fonte: Folha de S. Paulo