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Investir em ferramentas de prevenção de baixo custo pode evitar milhões de novas infecções pelo HIV, aponta relatório internacional

Investir em ferramentas de prevenção de baixo custo pode evitar milhões de novas infecções pelo HIV, aponta relatório internacional

A taxa de novas infecções de HIV em adultos e adolescentes não caiu desde 2007, mas um grande leque de novos produtos para prevenir a transmissão da doença poderia reduzir as 2,5 milhões de novas infecções anuais se eles se tornassem acessíveis, de acordo com um relatório lançado esta semana pelo UNITAID, organização internacional baseada em Genebra e apoiada pela Organização Mundial da Saúde.

No único estudo abrangente até o momento sobre o mercado das ferramentas de prevenção do HIV, o UNITAID mostra como os preços altos, a baixa capacidade de produção e de demanda ainda são barreiras ao uso desses produtos nos países em desenvolvimento.

“As camisinhas masculinas são uma ferramenta bem sucedida e com bom custo-benefício para prevenir o HIV, e esperamos que outros produtos estejam disponíveis em breve”, disse o Diretor Executivo do UNITAID, Denis Broun. “No entanto, muitos deles – como os dispositivos de circuncisão masculina ou métodos baseados no tratamento de HIV – ainda não estão disponíveis, ainda não foram aprovados para uso ou são demasiado caros para os mais pobres do mundo.”

O relatório do UNITAID mostra as armadilhas dos monopólios para alguns destes dispositivos. Um exemplo recente ocorreu em maio de 2013, quando a Organização Mundial da Saúde aprovou pela primeira vez um dispositivo não cirúrgico para a circuncisão masculina adulta. Conhecido como PrePex, cada dispositivo de fácil produção supostamente custa cerca de 20 dólares, o que vai levar a Unitaid a gerar mais concorrência no mercado para trazer os preços para baixo. A não ser que os fabricantes adicionais entrem no mercado e o financiamento da pesquisa seja disponibilizado, os preços podem ficar altos. A circuncisão de homens adultos reduz o risco de transmissão do HIV da mulher para o homem em 60%.

O relatório também descreve alternativas para dispositivos destinados a mulheres com vida sexual ativa, como o preservativo feminino e gel vaginal microbicida. A camisinha feminina é 20 vezes mais cara do que a masculina, mas inovações nesse campo prometem melhorar sua aceitabilidade, e a expansão da produção poderia crescer de maneira acessível. Enquanto isso, géis microbicidas baseados em antirretrovirais também se mostraram promissores. Uma experiência clínica na África do Sul em 2010 mostrou redução na infecção de HIV de 39%. Atualmente, nenhum gel foi aprovado para uso e o relatório mostra que apenas dois produtos têm uma chance mínima de entrar em circulação nos próximos anos.

“No mundo todo, uma mulher é infectada pelo HIV a cada minuto e em um país como a África do Sul 28% das garotas em idade escolar são soropositivas, comparado a 4% dos garotos”, complementou Dr. Broun. “Há uma escassez de produtos de prevenção a preços acessíveis para mulheres e meninas – isso tem que mudar”.

De acordo com o Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), concentrar os recursos nas intervenções de prevenção com melhor custo-benefício evitaria 12,2 milhões de novas infecções e 7,4 milhões de mortes durante a década atual.

Fonte: Agência Aids/UNITAID