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Reunidos em Fortaleza, integrantes da Articulação Nacional de luta contra a Aids (ANAIDS), rede de fóruns e representações do movimento social de luta contra a aids do Brasil, decidiram divulgar nota sobre a escolha do pastor e deputado Marco Feliciano, do Partido Social Cristão (PSC), como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) na Câmara.
Segundo o documento, ativistas de todo o País entrarão em contato com parlamentares dos seus respectivos estados, pedindo que não haja qualquer tipo de interferência religiosa ou ideológica na CDHM.
O movimento social afirma que também ficará atendo à presidência de Marco Feliciano.
A nota foi dividida em quatro pontos principais. Leia abaixo:
– O espaço político da CDHM tem como característica a discussão de problemas nacionais de forma ampla, sem interferência de preconceitos ou questão de caráter religioso ou ideológico, funcionando como caixa de ressonância da situação e dos problemas das pessoas que sofrem privação de direitos na sociedade.
– Ao longo da história de construção da resposta brasileira a aids, a luta pela garantia dos Direitos Humanos das pessoas atingidas, seus familiares e contorno social, principalmente os mais marginalizados e vulneráveis, sempre se constituiu numa prioridade do movimento.]
– No atual momento vivido, onde há um recrudescimento de ações excludentes como as tentativas de criminalização das pessoas vivendo com HIV/Aids, o desrespeito ao sigilo sorológico no ambiente familiar, de trabalho e escolar, a internação compulsória a usuários de drogas, beirando a práticas higienistas, as tentativas de se apoiar terapias obscuras de “cura da homossexualidade”, entre outras questões que ameaçam diretamente a população com a qual as Organizações Não Governamentais trabalham, se faz mais necessário estar atento a correta aplicação de Direitos Humanos nestes e outros casos.
– Desta forma, estaremos atentos e acompanhando os desdobramentos da indicação da nova presidência exigindo que as garantias já conquistadas sejam mantidas e afirmamos que não iremos aceitar nenhuma forma de retrocesso aos direitos já conquistados, fruto de muita luta e mobilização ao longo de quase trinta anos de ativismo.
Fonte: Agência de Notícias da Aids