Blog
O mês de agosto é dedicado a intensificar as ações de divulgação, proteção e apoio ao aleitamento materno, e principalmente trazer informação para todas as mães.
Conhecido como Agosto Dourado, o período é repleto de campanhas que buscam promover a amamentação de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que sugerem a amamentação até os dois anos de vida ou mais, sendo o leite do peito o alimento exclusivo até os seis meses de vida.
Entretanto, o leite materno, apesar de ser um alimento muito importante para o desenvolvimento de uma criança, pode sim ser substituído em alguns casos, como por exemplo, quando a mãe vive com o HIV.
Mães que vivem com HIV podem transmitir o vírus para seus bebês pela amamentação
Não é recomendado que as mães que vivem com o HIV amamentem, isso porque existe risco de transmissão vertical pela amamentação, como explica a Dra. Daniela Vinhas Bertolini, infecto pediatra e médica colaboradora do Projeto Criança Aids (PCA).
“A transmissão vertical pode acontecer em qualquer fase do aleitamento materno, no começo, no meio ou no fim, e em aleitamentos que são de curta ou de longa duração”, aponta a Dra. Daniela.
Mulheres com HIV recebem a orientação médica de que a amamentação pode acabar infectando o bebê, porém ainda há alguns casos de mulheres que acabam amamentando e transmitindo o vírus para a criança.
É necessário, também, usar preservativo nas relações durante esse período (e em outras situações), e/ou fazer o uso da PrEP (Profilaxia Pré Exposição), já que outro caso bem comum é o de mulheres que são infectadas durante o período de amamentação, podendo transmitir o vírus para o filho. Em caso de dúvida se houve a infecção pelo vírus, faça a testagem.
Transmissão vertical
A transmissão vertical ocorre quando a criança é infectada por alguma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) através da mãe, durante a gestação, parto, e em alguns casos durante a amamentação.
Os casos de transmissão vertical do HIV estão em processo de diminuição e eliminação no Brasil. O município de São Paulo é um dos poucos no país que já conseguiu a certificação de eliminação da transmissão vertical.
“Isso não significa que não existam casos de transmissão, ainda existem crianças que se infectam, mas é um número extremamente baixo, o que permitiu ao município receber essa certificação”, comenta a médica.
Para contribuir com a diminuição desse número é necessário que as mães realizem o pré-natal regularmente, especialmente no caso das mães que vivem com HIV, para que durante a gestação ou no momento do parto, estejam com a carga viral indetectável e com a doença controlada.
Vale ressaltar que, mesmo em um cenário de carga viral indetectável, a amamentação pela mãe HIV positivo não é recomendada. Como disse a Dra. Daniele Bertolini, “Logo após o parto, o protocolo indica que a mãe deve ser encaminhada para medicação, onde tomará uma injeção que inibirá a produção de leite”.
É importante lembrar que não amamentar não torna a mãe que vive com HIV menos mãe ou negligente, muito pelo contrário, não amamentar nesses casos é um ato de amor.
Consulte sempre seu médico e faça acompanhamento. Você não está sozinha!
Se você se interessa pelo tema e quer se manter informado sobre esse e outros assuntos relacionados ao HIV, continue acessando o nosso blog, e siga, também, o nosso perfil no Instagram.